terça-feira, 16 de agosto de 2011

Realizada assembléia de eleição de delegados ao CONUJES.

Foi realizada no ultimo dia 12 a assembléia para eleição de delegados ao XV° CONUJES.

O XV° Congresso dos Estudantes Secundaristas irá ocorrer no dia 1 de outubro na sede dos Sindicato dos Servidores Públicos Municipais(SINSEJ) na rua Lages 84.

Contato: Iago 2°2.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

"A educação pública no Chile é possível, não estamos falando de utopias"

Em entrevista, estudante secundarista comenta sua expulsão por fazer movimento  
07/07/2011
Caio Zinet, César Fernandes e Naiady Piva

Lorena Mussa, estudante do Ensino Médio de Arica, uma cidade do Chile, foi expulsa de sua escola após fazer um chamado, por meio do Facebook, a seus colegas para debater e aderir as recentes mobilizações no país por uma educação pública gratuita e de qualidade. Apesar da tentativa de intimidação, Lorena continua participando ativamente das mobilizações no Chile.

Assim como no Brasil, a educação chilena sofre diversos ataques comandados por organismos internacionais como o Banco Mundial, que caminham no sentido da privatização e da mercantilização do ensino. O governo chileno do presidente Sebastian Piñera apresenta um projeto de reforma da educação do país, centrado principalmente no privatização das escolas, atentando contra a educação pública acessível a todos.
Os estudantes, no entanto, não deixam com que essas reformas sejam introduzidas de maneira tranquila, e resistem. Assim como em 2006, milhares de jovens vão as ruas, convocados pela Federação de Estudantes do Chile (CONFECH) e pelos sindicatos docentes, para reivindicar a gratuidade do ensino, maior repasse para assistência estudantil, entre outras pautas. Somente na última quinta-feira, cerca de 400 mil pessoas foram as ruas em seis cidades do país para protestar.
O Barricadas entrevistou, por e-mail, Lorena Mussa, que em meio à correria das mobilizações estudantil reservou um tempo para mandar informações para o Brasil.
Quem é você, onde estuda e como é sua participação nas manifestações recentes?
Lorena Mussa: Sou Lorena Mussa, tenho 17 anos e sou militante da Frente de Estudantes Libertários. Atualmente expulsa verbalmente do Colégio Alemão de Arica (Chile) por convocar uma assembleia aberta para meus companheiros de colégio. Estou há sete dias sem assistir as aulas.
Minha participação nas recentes manifestações vem de algum tempo, eu e outros companheiros secundaristas de luta organizamos a primeira assembleia de 2011 em Arica para formar uma coordenação de secundaristas. Esta coordenação - AGEAP (Assembleia Geral de Estudantes de Arica e Parinacota) - agrupa todos os centros de estudantes e também estudantes sem cargos. Este foi o início das escolas tomadas e mobilizadas em Arica. Não tenho nenhum cargo na minha escola, mas no calor da luta acabei com um papel de direção.
O que ocorre hoje no Chile? Qual a participação da juventude nestes processos em curso?
Está se desenvolvendo no Chile um importante movimento político que começou como luta estudantil e está se transformando em luta político-social.
Temos hoje mais de 500 colégios ocupados pelos alunos e a maioria das universidades estão paralisadas, é algo que não se via há muitos anos e tem encontrado apoio em outros setores da sociedade, reunindo mais de 400 mil pessoas nas manifestações que tem ocorrido todos as semanas há um mês.
A forma de organização tem sido a mesma que tem caracterizado a Primavera Árabe ou os Indignados da Espanha: as redes sociais. Grupos no Facebook, chamados no Twitter e outras ferramentas tem servido como meio de difundir e massificar. No entanto, a utilização destes recursos serviu de desculpa para que a diretora Luz Marina Osoria me expulsasse por convocar uma assembleia em que se informaria sobre um abaixo-assinado unitário apresentado pelo movimento e as demandas dos estudantes chilenos.
Esta luta da sociedade chilena tem gerado uma maturidade importante. O povo chileno está reivindicando ter uma educação melhor a serviço do povo. Entendemos a educação como um direito social, portanto deve ser de livre acesso, gratuita e socializada. Sem dúvida hoje no Chile estamos vivendo um momento histórico e isto depende de nós!
Fazemos um chamado como estudantes chilenos à radicalização do movimento e à unificação de forças. Por um projeto de educação pública construído por todos.
Por que te expulsaram da escola?
Me expulsaram por convocar uma assembleia via Facebook. O objetivo da assembleia era unicamente informativo. Isto demonstra que aqui no Chile se violam a liberdade de expressão, o direito de reunião, a democracia.
Assim que me comunicaram que eu estava expulsa me mantiveram reclusa por 5 horas, incomunicável e sem deixar que eu saísse almoçar. Além disso anteriormente eu já tinha recebido ameaças de morte por parte da diretora caso ocupássemos a escola.
Como foi o processo de expulsão?
Minha expulsão ocorreu apenas de forma verbal. No dia em que fui à escola com meus pais, fomos tirados de lá com a polícia, porque nos negamos a assinar um documento que atestasse a minha expulsão. Não me deixam assistir às aulas e bateram a porta na cara do meu pai quando ele foi entregar um documento para apelar às instâncias internas do colégio. Meus companheiros estão ameaçados pela diretora e pelos inspetores do estabelecimento.
Tenho recebido bastante apoio nacional e internacional, graças aos veículos que divulgaram minha situação. 
Há outros casos de repressão, além do seu?
Sim, eu enfatizo muito que esta não é uma luta minha, não é a luta de Lorena Mussa, é a luta de todos. Eu só me encarreguei de denunciá-la. E é algo que está se passando ao redor de todo o Chile. Aqui mesmo em Arica, no momento de tentarem ocupar um colégio particular feminino, as golpearam com pedaços de pau, mesas, extintores, etc. Temos um caso na cidade de Iquique (ao sul de Arica), em que a polícia acorrentou os estudantes no momento da desocupação de uma escola. O estado em que nos encontramos é brutal. Mas isso reafirma a todos nós a convicção de que a educação no Chile precisa de uma mudança radical já.
Os proprietários dos colégios agem como donos de empresas e, se vêem seus interesses ameaçados, não hesitam em criminalizar a luta dos estudantes chilenos, os ameaçando e reprimindo. Mas não nos intimidam, nos inspiram a seguir lutando pela eliminação do lucro na educação, até termos uma educação gratuita, digna e de qualidade para todos.
Quais são os passos a seguir, em relação à expulsão? O que os estudantes de todo o mundo podem fazer?
Primeiramente, estamos apelando a todas as instâncias internas do colégio. Essa semana, entramos com um recurso de proteção ante a suprema corte. O que pedimos, como estudantes chilenos, é a máxima divulgação e a denúncia desses atos criminosos que não podem continuar acontecendo. Não é possível que em uma “democracia” se violem direitos humanos.
Outros setores, além da juventude, têm participado destas ações?
Sim, nessas atuais movimentações que se somam em todo o país, para exigir o que é justo. A educação pública no Chile é possível, não estamos falando de utopias, mas de uma realidade que está latente! O Chile tem, atualmente, uma das melhores economias da América Latina e ainda assim a educação não é gratuita, o que é uma vergonha para os chilenos. Vemos como os países vizinhos que não tem uma economia como a nossa tem uma educação gratuita e de qualidade. 
Você vê alguma relação forte entre os atos chilenos e os recentes levantes que tem se instalado em todo o mundo?
Sem dúvida, há uma relação muito forte entre os atos chilenos e todas as mobilizações que estão se acontecendo no mundo. Pessoalmente, acredito que é a indignação: indignação no caso dos países árabes, indignação na Espanha e indignação no Chile. Como disse um economista: o Chile é o único país que privilegia a liberdade de empresa sobre o direito à educação.
Nós não acreditamos que seja possível que a mensalidade das escolas seja maior que o próprio salário mínimo - assim o rico pode estudar e o pobre não.
Conheças as principais demandas dos protestos dos estudantes no Chile:
Universitários
    *      Aumentar a porcentagem do PIB no financiamento público para a educação;
    *      Democratizar o sistema de educação e o acesso com equidade, qualidade, integração e heterogeneidade social nas matrículas (dentro do primeiro âmbito, se inclui o desenvolvimento das universidades públicas, a proibição efetiva do lucro e a criação de um Centro de Formação Técnico de caráter público e nacional);
    *      Em nível estrutural, exigimos a implementação de uma reforma tributária que tenha como finalidade prioritária outorgar o financiamento adequado para realizar essas políticas nos marcos de uma profunda reforma educacional.
    *      Finalmente, com vistas a melhorar o acesso e a equidade, a CONFECH reivindica que se elimine a PSU (Prova de Seleção Universitária), que nós entendemos como filtros de classe explícitos e desnecessários.
Secundaristas
Nós, secundaristas, estávamos inconformados com os rumos da educação, o que gerou a “Revolução dos Pingüins” (uma referência aos uniformes azuis e brancos dos secundaristas da rede pública, que causou uma forte crise no governo Bachelet, mais de 600 mil pessoas foram às ruas). Hoje, voltamos e exigimos novas mudanças na institucionalidade e lutamos por escolas mais dignas.
Nesse sentido, a reivindicação dos secundaristas tem cinco pilares fundamentais: o fim da municipalização e do sistema de subsídios, o aumento da cobertura da assistência estudantil, melhoras na infra-estrutura, regulamentação das escolas-técnicas e rechaço às reformas educacionais do governo.
Para acabar com a municipalização e os subsídios, propomos mudanças na administração financeira e nos requerimentos mínimos para a existência de colégios de responsabilidade do Estado.
Brasil de Fato.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Professores e estudantes, as suas lutas são casadas.

Por todo o país se espalham as greves de professores das escolas públicas. Os governos, na maioria das vezes, negam-se a atender suas reivindicações e as greves se estendem por semanas. Os governos usam todo tipo de falácia para convencer a população e especialmente os estudantes a se voltarem contra seus professores. Algumas mentiras como: “os professores são irresponsáveis ao tirar o direito das crianças de ter aula”, “nós não temos condições de financiar o que o professores reivindicam”.


Primeiramente vamos analisar quais são as reivindicações dos professores, que as razões das greves. O salário do professor na maioria dos estados não é muito maior do que o valor da mensalidade de cursos de licenciatura em universidades privadas e comunitárias. As condições de trabalho para os professores, ou seja, a estrutura nas escolas públicas é de péssima qualidade, há desde falta de materiais, problemas estruturais de extrema gravidade como rachaduras nas paredes, problemas de higiene, salas superlotadas.

Vejamos que todos esses problemas prejudicam também os estudantes, afinal o ambiente de trabalho do professor é o ambiente de estudo, logo, todas as reivindicações dos grevistas relacionadas a estrutura escolar também deveriam ser as reivindicações dos estudantes.

A questão do salário também é de importância para os estudantes e para a população em geral, afinal se essa profissão importantíssima é tratada com descaso, essa irresponsabilidade do governo vai se refletir no futuro, quando cada vez mais jovens desistirão da carreira de professor por conta do péssimo retorno financeiro. Então quem ajudará as crianças e jovens a aprender para exercer um trabalho produtivo em pró da comunidade?

Vejamos então que é o governo que está tirando o direito das crianças de, no futuro, poder ter uma educação de qualidade. Quanto às crianças e jovens de hoje, é completamente falso o discurso de que estes sairão mais prejudicados com a greve. Todos os dias a aprendizagem da juventude é precarizada por causa do descaso do governo com a educação. A dedicação dos estudantes e o heroísmo dos professores não são suficientes para garantir qualidade na educação.

O governo deve entender que a única forma de garantir que os estudantes, professores e a população não saiam prejudicados com a greve é atender as reivindicações dos grevistas e assim tornar possível o retorno das aulas com ganhos reais para professores e estudantes.

Não há dinheiro para a educação? Ora, existem acusações gravíssimas inclusive de desvio de verbas do FUNDEB em Santa Catarina. Dinheiro há sim, onde ele está é a questão.

Os estudantes e a população devem compreender que só a greve, a organização, a luta na rua é que forçará os governantes a atender nossas reivindicações. Esses homens que têm a caneta na mão, fora raras exceções, são comprados pelos exploradores ricos através do financiamento de campanhas e da corrupção, só se interessam por eles mesmos.

Professores e estudantes, trabalhadores, unam-se na luta pela educação pública gratuita e de qualidade.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Greve dos Professores!

Iago Paqui, presidente da União Joinvilense dos Estudantes Secundaristas(Ujes), é estudante do Tufi,  está junto com os grêmios da cidade apoiando e participando da greve dos professores da rede estadual.
" A Ujes entende que a luta pela aplicação da lei do Piso Salarial Nacional para os trabalhadores da educação é justa e importante para todos aqueles que defendem uma educação pública gratuita e de qualidade, professores valorizados significa a educação valorizada" Iago.
"Depois da greve a organização do grêmio estudantil do Tufi Dippe e o Congresso da Ujes serão questões centrais para continuar a luta pela educação pública gratuita e de qualidade, melhorias nas escolas, mais democracia na escola" Iago.

terça-feira, 26 de abril de 2011

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Declaração da Ujes sobre a falta de professores e sobre o fechamento de alguns turnos e escolas em Joinville.

 A Ujes teve a oportunidade na ultima sexta-feira de reunir-se com a gerente de educação Clarisse Portella e sua equipe, abaixo a declaração da Ujes a respeito de alguns dos temas debatidos na reunião.

 O ano não começou bem para os estudantes de Joinville. Começa que em algumas escolas como Conselheiro Mafra, João Colin e Dom Pio, os turnos noturnos foram fechados. A Gerência Regional de educação argumenta que as matrículas não atingiram o mínimo estipulado de 120 estudantes, e que por isso, os turnos se manterão fechados, e os estudantes terão que estudar em outras escolas, próximas a suas casas, argumenta que a maioria dos estudantes “não são trabalhadores e têm menos de 18 anos de idade”, e que por isso deveriam estudar nas escolas de seus bairros e principalmente no turno matutino. Haviam se matriculado para o turno noturno no João Colin: 65 estudantes, no Conselheiro Mafra 57, e 49 no Dom Pio.
 A opinião da Ujes é de que a Gerência de Educação não está levando em conta, a qualidade do ensino, nem as necessidades dos estudantes. A evasão no ensino médio segundo a própria Gerência e de 46%! E qual é a política do Estado em relação a esse número assustador? Diminuir as facilidades de acesso e a permanência a escola, fechar turnos, diminuir as opções para os estudantes. Ainda se deve levar em conta que as escolas de periferia têm o turno diurno com salas de aula lotadas com 35, 45 estudantes, o que o Estado propõe é lotá-las ainda mais.
 A atitude correta deveria ser contratar professores, investir em infra-estrutura, abrir turmas com 10, 15 alunos se fosse o caso, mas garantir o acesso a uma educação pública gratuita e de qualidade. Mas o Estado está preocupado é em cortar gastos. A Ujes defende que o Estado amplie os investimentos para uma educação pública gratuita e de qualidade.
 Para piorar, em quase todas, se não todas, as escolas de Joinville estão com falta de professores, a Gerência argumenta que “os pais dos estudantes deixam para fazer a matrícula de seus filhos na ultima hora, entre final de janeiro e fevereiro” e que “muitos professores desistem de suas vagas e muitos outros estão se aposentando”, ainda coloca que se deve aguardar a decisão a respeito dos novos diretores de escola, já que estes são indicados pelo governo e esse ano tem a troca no governo do Estado, isto porque alguns dos diretores ainda estão contratados como professores. Para a Ujes, fica evidente que o problema é a contratação de professores e ainda o incentivo a esta profissão, é claro que ser professor não tem, mas sido o sonho das crianças, e que muitos venham desistindo, o governo não valoriza o professor, diga-se o salário e as condições de trabalho que são péssimas. Porra, a culpa é do pai que espera para matricular o filho? O governo não faz idéia quantos estudantes vão estudar no próximo ano?
Para nós essa situação é reflexo da falta de investimento, de verbas, para contratar professores, investir em estrutura, falta de vontade política, descaso, incompetência. Isso não pode, e não vai continuar assim, queremos educação pública gratuita e de qualidade!

 Diretoria da União Joinvilense dos Estudantes Secundaristas.