quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Declaração da Ujes sobre a falta de professores e sobre o fechamento de alguns turnos e escolas em Joinville.

 A Ujes teve a oportunidade na ultima sexta-feira de reunir-se com a gerente de educação Clarisse Portella e sua equipe, abaixo a declaração da Ujes a respeito de alguns dos temas debatidos na reunião.

 O ano não começou bem para os estudantes de Joinville. Começa que em algumas escolas como Conselheiro Mafra, João Colin e Dom Pio, os turnos noturnos foram fechados. A Gerência Regional de educação argumenta que as matrículas não atingiram o mínimo estipulado de 120 estudantes, e que por isso, os turnos se manterão fechados, e os estudantes terão que estudar em outras escolas, próximas a suas casas, argumenta que a maioria dos estudantes “não são trabalhadores e têm menos de 18 anos de idade”, e que por isso deveriam estudar nas escolas de seus bairros e principalmente no turno matutino. Haviam se matriculado para o turno noturno no João Colin: 65 estudantes, no Conselheiro Mafra 57, e 49 no Dom Pio.
 A opinião da Ujes é de que a Gerência de Educação não está levando em conta, a qualidade do ensino, nem as necessidades dos estudantes. A evasão no ensino médio segundo a própria Gerência e de 46%! E qual é a política do Estado em relação a esse número assustador? Diminuir as facilidades de acesso e a permanência a escola, fechar turnos, diminuir as opções para os estudantes. Ainda se deve levar em conta que as escolas de periferia têm o turno diurno com salas de aula lotadas com 35, 45 estudantes, o que o Estado propõe é lotá-las ainda mais.
 A atitude correta deveria ser contratar professores, investir em infra-estrutura, abrir turmas com 10, 15 alunos se fosse o caso, mas garantir o acesso a uma educação pública gratuita e de qualidade. Mas o Estado está preocupado é em cortar gastos. A Ujes defende que o Estado amplie os investimentos para uma educação pública gratuita e de qualidade.
 Para piorar, em quase todas, se não todas, as escolas de Joinville estão com falta de professores, a Gerência argumenta que “os pais dos estudantes deixam para fazer a matrícula de seus filhos na ultima hora, entre final de janeiro e fevereiro” e que “muitos professores desistem de suas vagas e muitos outros estão se aposentando”, ainda coloca que se deve aguardar a decisão a respeito dos novos diretores de escola, já que estes são indicados pelo governo e esse ano tem a troca no governo do Estado, isto porque alguns dos diretores ainda estão contratados como professores. Para a Ujes, fica evidente que o problema é a contratação de professores e ainda o incentivo a esta profissão, é claro que ser professor não tem, mas sido o sonho das crianças, e que muitos venham desistindo, o governo não valoriza o professor, diga-se o salário e as condições de trabalho que são péssimas. Porra, a culpa é do pai que espera para matricular o filho? O governo não faz idéia quantos estudantes vão estudar no próximo ano?
Para nós essa situação é reflexo da falta de investimento, de verbas, para contratar professores, investir em estrutura, falta de vontade política, descaso, incompetência. Isso não pode, e não vai continuar assim, queremos educação pública gratuita e de qualidade!

 Diretoria da União Joinvilense dos Estudantes Secundaristas.